Estados alinham estratégias de exportação durante seminário realizado em Brasília

Documento para ser apresentado ao governo federal com os interesses da região na estratégia de exportações é finalizado pelos representantes dos sete entes federativos que compõe o bloco

O Consórcio Interestadual de Desenvolvimento do Brasil Central (BrC) reuniu representantes dos estados consorciados e de órgãos ligados ao comércio e indústria para discutir estratégias de fortalecimento no Seminário Regional de Discussão da Agenda Internacional do BrC. O evento ocorreu no auditório da Agência Brasileira de Exportações e Investimentos (Apex), em Brasília, no dia 2 de março.

 

Estavam presentes representantes da Secretaria Executiva do Governo de Rondônia, da Confederação da Agricultura, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar de Mato Grosso do Sul (SEMAGRO),da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra), da Secretaria De Economia E Desenvolvimento (Sedict) do Distrito Federal, da Secretaria de Economia e Desenvolvimento e da de Planejamento de Goiás, do Instituto Para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás, da Unidade de Defesa de Interesse a Indústria e da Secretaria de Desenvolvimento da Agricultura e Pecuária do Estado do Tocantins, da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Energia do Estado do Maranhão e do Porto de Itaqui.

O principal intuito do seminário foi finalizar e consolidar a Agenda Internacional do BrC. O documento tem por objetivo ser um instrumento de defesa de interesses dos entes consorciados nas negociações do governo brasileiro com os blocos econômicos e países de interesse comercial. A iniciativa faz parte do projeto Unificação das Exportações e começou a ser desenvolvida em outubro do ano passado a partir da cooperação entre equipe técnica do consórcio, representantes dos entes consorciados e empresa de consultoria.

Durante a abertura do seminário, Leonardo Jayme, Secretário Executivo do Consórcio Brasil Central, ressaltou a importância de cada um dos técnicos no processo de construção e consolidação desta etapa do projeto. “Esse é mais um trabalho onde os estados consorciados vão colher muitos frutos, e tudo isso vem do esforço de vocês”, afirmou aos presentes.

Indicada pelo Governo do Estado de Mato Grosso do Sul para trabalhar no projeto de Unificações das Exportações, a Coordenadora de Cooperação Internacional e Comércio Exterior da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (SEMAGRO) Camila Tiemann afirma que o seminário foi uma iniciativa positiva pois deu a oportunidade de que técnicos de vários estados sentassem e discutissem os interesses e visões de cada um para construir um resultado final. Ela também avalia de forma positiva o projeto de  Unificação das Exportações. “A iniciativa do projeto é de fundamental importância para estimular e fortalecer o que já existe dentro do Mato Grosso do Sul, identificar as demandas e apresentar para os demais estados dentro do consórcio”, afirma.

Presente desde a primeira reunião para iniciar a construção da Agenda Internacional do BrC, Camila acredita que o projeto de unificação só será possível se o Consórcio buscar parcerias com entidades relacionadas ao tema. “O principal desafio que o BrC vai enfrentar é entrar em consenso com todos os entes do consórcio para definir quais serão os produtos exportadores da pauta não tradicional. Para fortalecer o estudo e a concretização do projeto, é necessário o apoio de entidades como Receita Federal, do Sebrae, universidades públicas e privadas”, opina.

A Agenda

A Agenda Internacional terá motivações e objetivos do Consórcio dentro da estratégia de exportações, os  produtos, mercados e temas prioritários, o posicionamento do BrC em relação a Organização Mundial do Comércio, e os acordos preferências do bloco de entes federativos.

O sócio diretor da empresa de consultoria Macroplan Gustavo Morelli lembrou que a agenda é uma etapa do projeto de Unificação da Exportações e que ela irá complementar o trabalho relativo a escolha dos produtos prioritários. Mas o trabalho dos estados não para no planejamento. “É preciso ter uma estratégia de gestão e governança para que o documento seja eficaz. É necessário criar estratégias de como colocar isso em nível estadual e municipal. Uma coisa é ter o conteúdo, outra coisa é como os sete estados vão colocar em prática”, ratifica.

Pensando nisso, a tarde do seminário foi destinada para iniciar as discussões sobre as estratégias e ações necessárias para tornar concreto os desejos colocados na Agenda. Equipe e elementos de monitoramento, mecanismos de validação de posições, representação externa do consórcio, mecanismos de análise e disseminação de informações e mecanismos de consulta são elementos apontados como essenciais para dar vida ao projeto.

 

Para a Secretária Executiva do Governo de Rondônia Cira Moura, levar conhecimento aos colaboradores e técnicos do Consórcio é fundamental para o sucesso da iniciativa. “É importante formar o BrC. A consultoria no primeiro momento é interessante, mas é necessário investir na formação interna, até para acompanhar de perto as negociações e se mostrar verdadeiramente”, argumentou.

Eric Douglas, representante da Secretaria de Economia e Desenvolvimento (Sedict) do Distrito Federal, lembrou que é preciso evitar a rotatividade de colaboradores para não prejudicar o andamento do projeto. “Toda e qualquer estratégia que vamos montar aqui tem que ser pensada de forma contínua”, afirmou.

Unidos para crescer

O analista do Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Distrito Federal (CIN|Fibra) José Fernando Dantas analisa que o projeto trará benefícios para setores da economia. “Acredito que a iniciativa tem tudo para dar certo, pois estamos unindo esforços para cumprir um único objetivo, que é fortalecer a exportação. Além disso, a iniciativa que o consórcio criou está concomitante com os anseios da indústria de Brasília”, argumenta.

 

Ted Lago, presidente da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), responsável pela administração do Porto de Itaqui, explica que a união é a grande vantagem competitiva que o projeto oferece.
“Acho que a palavra é fortalecimento. Esses estados geralmente trabalham de forma isolada buscando mercados para os seus produtos, mas acho que a ideia de se reunir no Consórcio Brasil Central fortalece muito o poder de negociação e penetração em novos mercados”, sustenta.

Apesar de ser uma região em pleno crescimento, ainda é necessário desenvolver algumas áreas para que o Brasil Central aprimore as estratégias e aumente o número de exportações. “Pela troca de experiência que o Consórcio Brasil Central tem nos permitido vivenciar, existem estados que estão mais adiantados nessa agenda do que outros. Alguns têm cadeias produtivas em potencial, alguns já desenvolvidas , então acho que o projeto vai servir para o nivelamento do bloco”, afirma Lago.

Entrega

Durante todo o evento, os participantes alinharam as informações, trabalharam na redação e sugeriram alterações no texto da agenda. Com isso, os técnicos da equipe de consultoria irão fazer a versão final da Agenda Internacional. Ela será entregue aos governadores durante o seminário que será realizado no dia 23 de março, no Palácio do Itamaraty.

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